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Paisagem Urbana – Gordon Cullen

Para Gordon Cullen, um edifício é arquitetura, mas dois seriam já paisagem urbana. De acordo com ele, o conceito de paisagem urbana exprime a arte de tornar coerente e organizado visualmente o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano.  A cidade tem o poder de gerar um ambiente confortável para o homem, este é um dos muitos motivos pelos quais as pessoas preferem viver em comunidades ao invés de isoladas. No seu livro A Paisagem Urbana, mostra-nos a sua visão da paisagem e como através de imagens do quotidiano, vistas através do pedestre ou transeuntes, estudou e analisou as ruas, praças, parques, estradas, etc. Desta maneira definiu múltiplos conceitos que nos ajudam a captar melhor a paisagem e a ver como esta interage com o próprio habitante. Livro ainda atual e de grande valia para quem quer se aprofundar no entendimento da cidade, não apenas pelos seus valores estéticos, mas também pela reflexão sobre a necessidade inerente ao ser humano de se identificar com o local em que se encontra e a capacidade do corpo humano de se relacionar com o seu ambiente.


  • TÍTULO DO LIVRO: Paisagem Urbana
  • NOME DO AUTOR: Gordon Cullen
  • EDITORA: Edições 70 – 2008
  • ANO DE PUBLICAÇÃO: 1961
  • INTRODUÇÃO:
  • Há uma série de vantagens a considerar na reunião de pessoas para formar uma cidade. Uma família isolada no campo não terá muitas hipóteses de ir ao teatro, ao restaurante ou a uma biblioteca, enquanto na cidade tudo isto passará a estar ao seu alcance. Os reduzidos meios de cada agregado familiar multiplicados por dezenas ou centenas de milhar permitem imediatamente a criação de equipamentos coletivos. Efectivamente, uma cidade é algo mais do que o somatório dos seus habitantes: é uma unidade geradora de um excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a preferirem — independentemente de outras razões viver em comunidade a viverem isoladas. Considere-se, agora, o impacto visual da cidade sobre os seus habitantes ou visitantes. O propósito deste livro é mostrar que assim como a reunião de pessoas cria um excedente de atracções para toda a coletividade, também um conjunto de edifícios adquire um poder de atracção visual a que dificilmente poderá almejar um edifício isolado. Uma construção isolada no meio do campo dá-nos a sensação de estarmos perante uma obra de arquitetura; mas um grupo de construções imediatamente sugere a possibilidade de se criar uma arte diferente. Num conjunto edificado ocorrem fenómenos que não se verificam nunca em relação a um edifício isolado. No caso do conjunto, imaginemos o percurso do transeunte: ao afastar-se pouco a pouco dos edifícios depara, ao virar de uma esquina, com um edifício totalmente inesperado. É normal que fique surpreendido ou até mesmo espantado; mas a sua reação deve-se mais à composição do grupo do que a uma construção específica. Imaginem-se agora os edifícios colocados de maneira a permitir o acesso ao interior do conjunto; então o caminhante sentirá que esse espaço delimitado tem uma vida própria, que a sua existência é independente das construções que o originam e envolvem e pensará: «Estou Aqui» ou «Estou a entrar Aqui». Suponha-se ainda, em relação ao mesmo grupo de edifícios, que um deles não se enquadra, pela sua função, no conjunto: o caso de um banco, um templo ou uma igreja, no meio de casas de habitação por exemplo. Se apenas surgir diante do observador, por hipótese, o templo, todos os aspectos relativos à sua dimensão, complexidade, cor, e outros serão bem evidentes.
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