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A formação docente em projeto de arquitetura

Neste artigo, de Oliveira e Malard, as autoras propõem que a pós-graduação stricto sensu pode ser uma boa chance para formar professores de projeto de forma diferente do tradicional esquema mestre/aprendiz. Elas sugerem que o foco seja desenvolver a análise e a crítica dos pós-graduandos, além de treiná-los em situações reais de ensino. Para elas a formação de professores via pós-graduação pode ser independente ou complementar à prática já existente, gerando vários benefícios como a reavaliação daquilo que foi aprendido na graduação, ajudando o futuro professor a entender o que mudou e quais são os novos conceitos em relação à experiência anterior. As disciplinas da pós-graduação podem oferecer fundamentos que ajudem a criar estratégias para resolver problemas no ensino de projeto. A mesmo tempo vivenciar um ambiente de discussão onde os alunos troquem ideias com colegas, professores e até mesmo alunos de graduação, o que estimula a reflexão e a crítica durante todo o processo de pesquisa. Nas palavras das autoras: “Erigir propostas de ensino em projeto arquitetônico fundamentadas, que redirecionem a atual proliferação de práticas no mínimo irrefletidas, seria desejável para que nos aproximemos do avanço na produção do conhecimento sobre nossas práticas de ensino.”

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Sobre repertório na criação do projeto arquitetônico

Este trabalho/discussão/diálogo é ótimo. Depois da leitura fica aquela sensação de que deveriam existir mais publicações como esta. Precisamos discutir mais. Enfim, o texto tem uma parte muito interessante sobre a maneira em como “criamos” o projeto de arquitetura. Nesse trecho, apresentado como uma conversa entre a professora e uma mestranda, a professora Maria Lucia aborda a relação entre representação e criação no processo de projeto arquitetônico. Frente ao questionamento da aluna se a representação, embora não primária à criação, pode levar ao surgimento de novas ideias, a professora explica que a representação permite visualizar, criticar e aprimorar ideias e que a imaginação é fundamental nesse processo, argumentando que as modificações surgem da autocrítica das representações, e que a criatividade não reside na representação em si, mas na ideia original. E aqui o ponto interessante, enquanto a mestranda enfatiza a importância do desenho na concepção do projeto a professora ressalta que, embora dependamos de visualizações, a verdadeira criatividade provém do conhecimento e da crítica, e não da mera representação. E esse é um ponto que eu mesmo venho martelando há já um tempo. Nesta discussão fica evidente a complexidade da relação ou interdependência entre imaginação, representação e avaliação crítica no desenvolvimento do projeto. E me lembro agora do texto da professora María Isabel Alba Dorado, “Manos que piensan. Reflexiones acerca del proceso creativo del proyecto de arquitectura”.

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Sobre a materialidade e a materialização

O que é matéria, materialidade e materialização? Acredito que seja importante fornecer algumas reflexões sobre o significado, sentido e aplicação desses termos, a fim de contribuir para o seu correto uso, principalmente na hora de conceitualizar as nossas ideias e intenções projetuais em relação ao material. Assim me parece muito interessante o artigo de Lucchesi onde ele, através de exemplos, é capaz de esclarecer estas definições. Se aceitamos como verdadeira a afirmação de que a finalidade e o significado da arquitetura se encontram na construção material, dentro do mundo físico real e que se alimenta, em grande medida, por um saber eminentemente prático, nos é difícil entender que nos cursos de arquitetura a desconexão entre técnica construtiva e concepção de projeto seja aceita, no geral, com grande naturalidade.  Mas qual é o problema em separar estas instancias? Não ajudaria a simplificar o ensino? Aí voltamos ao ponto onde nos perguntamos: como projetamos, qual é a maneira em como encaramos o projeto. Enfim, um texto que vale muito a pena ler nestes tempos de desmaterialização da forma arquitetônica. 

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O Programa Arquitetônico como Enteléquia do Projeto

Isidro Suarez, arquiteto Tradução de Álvaro Letelier Hidalgo PARTE 1 Tentarei desenvolver minhas ideias sobre o Programa Arquitetural da maneira mais breve possível. Se vocês perceberem nas minhas expressões um tom categórico não pensem que se trata de uma posição dogmática, mas se, apesar de tudo, perceberem uma posição não “empiricista”, não condutivista, mas crítica, atribuam-na a minha convicção de que, sem fundamento ontológico não se pode abordar a arte como uma disciplina válida em si mesma, ou seja, sem metafísica não há possibilidade racional de apreender a arte como uma criação humana válida para outros seres humanos.

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Ensino e aprendizagem da disciplina projeto no curso de arquitetura

Neste artigo, de três engenheiros, procurou-se desvendar, por meio da pesquisa na literatura disponível, como é abordado o ensino de Projeto de Arquitetura nas universidades, destacando a busca por metodologias eficazes e o estado atual dessa prática pedagógica. Para os autores há uma transformação do ensino de Projeto de Arquitetura nas universidades, destacando a substituição da prática de simulação do ambiente de escritório em sala de aula por novas metodologias de ensino. Para eles há uma ênfase no processo de projeto em detrimento do produto final, refletida nos discursos dos professores. Contudo, persiste uma resistência dos docentes em sistematizar e organizar suas práticas de ensino. A falta de um método claro e eficaz para ensinar Projeto Arquitetônico é evidenciada, especialmente em disciplinas como o Projeto Arquitetônico, onde os professores enfrentam dúvidas sobre como abordar o ensino de forma efetiva. A importância da formação do professor na pós-graduação é ressaltada como um elemento crucial para a melhoria do ensino de projeto, destacando a necessidade de expandir e aprimorar os cursos de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Os autores enfatizam a necessidade de discussões e debates para a escolha adequada das metodologias de ensino, onde o diálogo entre professores e alunos é ressaltado como fundamental para o aprendizado, enfatizando a importância da troca de experiências e conhecimentos no ateliê universitário.

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Teorias e métodos aplicados ao ensino do projeto de arquitetura

Neste artigo os autores descrevem a busca por novos métodos no exercício projetual com o objetivo de ampliar o domínio criativo do aluno e aumentar a presença da dimensão intuitiva no processo de aprendizagem. Essa abordagem visa aprofundar o envolvimento do aluno com o local de estudo, seja em projetos de paisagismo, edifícios ou urbanismo. Os métodos propostos, como a composição de planos e o devaneio, visam estimular a criatividade e a reflexão crítica sobre a cidade e seus contextos urbanos.

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Sobre Tectónica e a poética da construção

O texto aborda uma crítica à atual prática arquitetônica, destacando a perda do seu propósito original de atender às necessidades humanas básicas e de estar em harmonia com o ambiente. A arquitectura parece ter perdido o encanto de servir as humildes necessidades básicas do homem no sentido do “ser-no-mundo”. Ela afastou-se do intenso afecto pela matéria, enquanto objecto real da concretização da forma e da adaptabilidade intrínseca à sua condição física obrigatória. Parece que a evolução tecnológica cedeu, perante a mercantilização da cultura e deixou de gerir de modo equilibrado a reciprocidade da “logos da téchne” (edificação) e da “téchne do logos” (atribuição de significado), passando a gerir o objecto cenográfico. O edifício, na maioria dos casos, passou a ser a forma resultante do processo essencial de ocupação do espaço vago, na resposta a uma determinada obrigação funcional e de investimento financeiro.

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Ensino de arquitetura na perspectiva fenomenológica

Neste artigo dos professores Braga, Monteiro e Goto, e descrita a experiência pedagógica em uma disciplina do curso de arquitetura e urbanismo, cujo tema é “Fenomenologia e Arquitetura” a qual foi ministrada para alunos do nono período, de 2010 a 2014, com plano de ensino desenvolvido por dois psicólogos e um arquiteto e urbanista. Um dos pontos principais foi o da desconstrução e reconstrução do olhar dos alunos em relação ao espaço sob uma perspectiva interdisciplinar. Inicialmente, os alunos enfrentaram dificuldades conceituais e técnicas para compreender o lugar como fenômeno. Porém, atividades que privilegiaram a experiência direta permitiram uma abordagem inversa, partindo da vivência para a teorização e prática, conforme sugerido por Norberg-Schulz (2006). A partir de textos como o de Serres (1996) e Benjamin (2010), os alunos foram incentivados a descrever e desenhar lugares a partir de memórias e percepções sensoriais, o que os aproximou de uma compreensão mais imediata e ingênua do espaço.

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Arquitetura como Situação Relacional

Neste artigo de Holanda e Kohlsdorf é discutido o conhecimento necessário para a prática arquitetônica, enfatizando a importância de entender não apenas os aspectos técnicos da construção, mas também as expectativas e necessidades das sociedades em relação aos espaços criados. Assim, para os autores, o arquiteto precisa conhecer as metodologias e procedimentos para criar lugares/espaços e por outro lado, o arquiteto precisa desenvolver o conhecimento que concatena as variáveis físico-espaciais às expectativas relevantes ao bem-estar ou felicidades das sociedades:

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Ateliê Ca[Ó]tico – a observação direta do lugar e a interpretação visual dos espaços

A preocupação dos autores, dentro o âmbito acadêmico, diz respeito aos problemas que surgem durante as proposições arquitetônicas dos alunos, onde destacam a pouca vivência destes nos espaços públicos da cidade; a “preferência” por “ir” aos lugares em estudo por meio digital (Google  maps); o cada vez menor uso do recurso do desenho manual como instrumento/ferramenta de observação/discussão/projeto. Segundo os autores, como consequência desse tipo de práticas percebe-se uma certa superficialidade quanto a compreensão dos problemas, da dinâmica e da complexidade do espaço urbano, o que tem óbvios reflexos nas propostas desenvolvidas. 

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