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Projeto arquitetônico: entre ideias e fazeres

Projeto arquitetônico: entre ideias e fazeres

Esta tese questiona o como compreendemos e discorremos acerca da criação em arquitetura e a compreensão do projeto como desenvolvimento. As principais conclusões às que chega o autor se baseiam nas críticas aos procedimentos prefigurativos da ideia e do método como ferramentas de projeto. Propondo o tema da criação arquitetônica a partir de que toda percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável, o trabalho se interessou pela compreensão do projeto como devir, como um “ser-em-movimento”. Segundo o autor, o trabalho procurou se legitimar por argumentação mais que por adequação onde as conclusões obtidas se referem acerca de possibilidades de existência. Para o autor o trabalho apresenta a possibilidade de que a elaboração de projetos seja compreendida como vinculada às seguintes noções articuladoras: o projeto como algo mais do que representação de uma coisa outra; o projeto como local de confluência de vetores diversos, não preestabelecidos, por vezes não precisos e ainda cambiantes; o arquiteto como local de confluência de vetores diversos, em substituição ao conceito humanista que supõe o homem como autônomo, autêntico e uno; o projeto como invenção e pesquisa; o projeto como percurso imprevisível e indeterminado; a construção do projeto como construção de conhecimento; o arquiteto como ordenador, mais do que como o agente determinador da forma; o projeto como resultante da vontade de processo mais do que dá vontade de forma; o projeto como equilíbrio entre movimentos de resistência, tentativa e cessão; a possibilidade de realinhamento de fala e prática do projeto; a área de atuação autônoma da teoria do projeto, desvinculada da teoria da arquitetura.

Nas palavras do autor:

“Se é possível fazer projeto numa situação em que a ideia ou o método não detêm papéis fundamentais, se não há ideia ou método para se ensinar como se projetar, então existe a possibilidade de se fazer projeto aprendendo, simultaneamente, a fazê-lo. Assim, arquitetos podem estar em aprendizado contínuo, o que me leva a propor que fazer projeto e aprender a fazer projeto podem ser uma e a mesma coisa.”

Recomendamos a leitura.


  • TÍTULO DA TESE: Sobre fazer projeto e aprender a fazer projeto
  • NOME DO AUTOR: Otávio Curtiss Silviano Brandão
  • ANO DE PUBLICAÇÃO: 2008
  • RESUMO: Para se fazer projeto arquitetônico, e também para se discorrer a esse respeito, é possível constatar que os arquitetos geralmente recorrem a dois tipos de operadores, antagônicos entre si. O primeiro é a prefiguração da idéia; o segundo é a prefiguração do método. Enquanto um sugere que o que é criado surge primeiramente na idéia, para, em seguida, ser representado, outro sugere que, para se fazer projeto, é necessário, primeiramente, saber fazer, para, em seguida, fazê-lo. Este trabalho procura conhecer alternativas para tal estado de coisas. Questionando as prerrogativas dos operadores citados, proponho aqui novos modos de se compreender e discorrer acerca da criação em arquitetura, na qual a atenção às contingências, bem como a interação entre condicionantes da forma e a compreensão do projeto como desenvolvimento, processo ou coisa distendida no tempo, possibilita a gestação de uma forma legitimada por coerência interna, mais que por recurso a quaisquer conjuntos de conhecimentos prefigurados. Para atingir tal objetivo, o primeiro capítulo apresenta o problema, as hipóteses de trabalho, o objeto sobre o qual me debrucei e o método de pesquisa empregado. Para situar o ponto de vista a partir do qual o problema é enfocado, o segundo capítulo apresenta uma crítica ao papel legitimador de proposições metafísicas para quem faz projeto, e, também, alguns conceitos sobre os quais trabalhei, como o perspectivismo nietzschiano, duas concepções distintas acerca do conhecimento, as epistemologias construtivistas e um histórico sobre o conceito “idéia”. O terceiro capítulo apresenta os modos como o problema aqui enfrentado foi considerado ao longo da história moderna. No quarto capítulo, entro em campo, e apresento o relato do acompanhamento de um projeto arquitetônico. Em seguida, inicio um movimento de convergência entre a prática ali observada e o material teórico introduzido nos capítulos anteriores. No quinto capítulo, elaboro algumas leituras possíveis do relato, visando sistematizar os dados obtidos. À luz dos conceitos desenvolvidos em capítulos anteriores, o sexto capítulo critica o modo usual de se compreender a criação arquitetônica e propõe alternativas à compreensão e discussão acerca da criação em arquitetura. A conclusão apresenta os resultados da tese e lança propostas de trabalhos possibilitadas pelas novas perspectivas aqui apresentadas. 
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