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Sobre Tectónica e a poética da construção

O texto aborda uma crítica à atual prática arquitetônica, destacando a perda do seu propósito original de atender às necessidades humanas básicas e de estar em harmonia com o ambiente. A arquitectura parece ter perdido o encanto de servir as humildes necessidades básicas do homem no sentido do “ser-no-mundo”. Ela afastou-se do intenso afecto pela matéria, enquanto objecto real da concretização da forma e da adaptabilidade intrínseca à sua condição física obrigatória. Parece que a evolução tecnológica cedeu, perante a mercantilização da cultura e deixou de gerir de modo equilibrado a reciprocidade da “logos da téchne” (edificação) e da “téchne do logos” (atribuição de significado), passando a gerir o objecto cenográfico. O edifício, na maioria dos casos, passou a ser a forma resultante do processo essencial de ocupação do espaço vago, na resposta a uma determinada obrigação funcional e de investimento financeiro.

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Ensino de arquitetura na perspectiva fenomenológica

Neste artigo dos professores Braga, Monteiro e Goto, e descrita a experiência pedagógica em uma disciplina do curso de arquitetura e urbanismo, cujo tema é “Fenomenologia e Arquitetura” a qual foi ministrada para alunos do nono período, de 2010 a 2014, com plano de ensino desenvolvido por dois psicólogos e um arquiteto e urbanista. Um dos pontos principais foi o da desconstrução e reconstrução do olhar dos alunos em relação ao espaço sob uma perspectiva interdisciplinar. Inicialmente, os alunos enfrentaram dificuldades conceituais e técnicas para compreender o lugar como fenômeno. Porém, atividades que privilegiaram a experiência direta permitiram uma abordagem inversa, partindo da vivência para a teorização e prática, conforme sugerido por Norberg-Schulz (2006). A partir de textos como o de Serres (1996) e Benjamin (2010), os alunos foram incentivados a descrever e desenhar lugares a partir de memórias e percepções sensoriais, o que os aproximou de uma compreensão mais imediata e ingênua do espaço.

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Uma Arquitetura ao Corpo, dissertação de Yasmin Vieira

Uma Arquitetura ao Corpo – Yasmin Vieira

A dissertação de Yasmin Vieira já é relevante pelo simples fato de trazer ao debate o corpo como parte essencial para a existência da arquitetura, algo que após simples reflexão, parece obvio, mas que é pouco ou levianamente abordado no ensino da arquitetura e que muitos arquitetos parecem desconsiderar nos seus projetos. A percepção do corpo na arquitetura em relação ao tempo, ação e atualização, o corpo como um elemento mediador e relacional do espaço são outros dos temas abordados na dissertação que merecem a nossa atenção. Contudo, não podemos esquecer que a arquitetura não é uma “máquina de sensações”, como a dos parques temáticos. Devemos entender esta pesquisa como início de uma reflexão na maneira em como projetamos os espaços e como a experiência da arquitetura pelo corpo pode definir a maneira como os articulamos. O tema da dissertação abre espaço para uma discussão profunda e enriquecedora, contudo sentimos falta de um aprofundamento no âmbito do espaço “construído”, mencionado no título, o qual não chega a ser considerado desde o ponto de vista da materialidade ou da tectônica, de grande relevância na constituição física do espaço e na maneira “poética” em como o percebemos.

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Lugar do Sentido - Elisabete Rodrigues dos Reis

Recuperar o sentido do lugar

Neste artigo Elisabete Rodrigues dos Reis nos apresenta um excelente resumo da produção teórica do arquiteto norueguês Christian Norberg-Schulz, os seus aportes teóricos sobre o espaço existencial, teoria do lugar e a aplicação do método fenomenológico na análise da arquitetura e do ambiente arquitetura. O que significa compreender o lugar a partir da perspectiva da fenomenologia? Qual é a grande contribuição dos aportes teóricos desenvolvidos por Norberg-Schulz? Este artigo consegue uma síntese destes aspectos e nos convida a examinara a arquitetura de uma maneira existencial.

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