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Sobre repertório na criação do projeto arquitetônico

Este trabalho/discussão/diálogo é ótimo. Depois da leitura fica aquela sensação de que deveriam existir mais publicações como esta. Precisamos discutir mais. Enfim, o texto tem uma parte muito interessante sobre a maneira em como “criamos” o projeto de arquitetura. Nesse trecho, apresentado como uma conversa entre a professora e uma mestranda, a professora Maria Lucia aborda a relação entre representação e criação no processo de projeto arquitetônico. Frente ao questionamento da aluna se a representação, embora não primária à criação, pode levar ao surgimento de novas ideias, a professora explica que a representação permite visualizar, criticar e aprimorar ideias e que a imaginação é fundamental nesse processo, argumentando que as modificações surgem da autocrítica das representações, e que a criatividade não reside na representação em si, mas na ideia original. E aqui o ponto interessante, enquanto a mestranda enfatiza a importância do desenho na concepção do projeto a professora ressalta que, embora dependamos de visualizações, a verdadeira criatividade provém do conhecimento e da crítica, e não da mera representação. E esse é um ponto que eu mesmo venho martelando há já um tempo. Nesta discussão fica evidente a complexidade da relação ou interdependência entre imaginação, representação e avaliação crítica no desenvolvimento do projeto. E me lembro agora do texto da professora María Isabel Alba Dorado, “Manos que piensan. Reflexiones acerca del proceso creativo del proyecto de arquitectura”.

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