Neste artigo os autores descrevem a busca por novos métodos no exercício projetual com o objetivo de ampliar o domínio criativo do aluno e aumentar a presença da dimensão intuitiva no processo de aprendizagem. Essa abordagem visa aprofundar o envolvimento do aluno com o local de estudo, seja em projetos de paisagismo, edifícios ou urbanismo. Os métodos propostos, como a composição de planos e o devaneio, visam estimular a criatividade e a reflexão crítica sobre a cidade e seus contextos urbanos.
No LAUP-I, os alunos criam projetos a partir de conhecimentos adquiridos em disciplinas específicas e de sua intuição, enquanto no TPI-III, baseiam-se em temas urbanos e conceitos de planejamento urbano, estatuto da cidade e macrozoneamento. No TPI-IV, o método do devaneio valoriza a imaginação inicial do projetista, transformando-a em poesia e croquis antes de considerar o programa arquitetônico.
Essa abordagem pedagógica visa afastar-se dos moldes cartesianos de concepção, criticados por negar as características locais e históricas, e por considerar o processo criativo como algo exclusivo de indivíduos excepcionais. Acredita-se que, ao estimular a criatividade e promover reflexões críticas, é possível criar um ambiente propício ao desenvolvimento do processo de concepção de obras arquitetônicas, objetos ou produtos, seguindo uma abordagem mais próxima dos cursos de artes.
Ainda que o processo de concepção de uma obra, objeto ou produto não seja de todo entendido, este trabalho pauta-se pela crença de que podem ser criadas situações que as estimulem ao molde dos cursos de artes.
TÍTULO DO ARTIGO: Teorias e métodos aplicados ao ensino do projeto de arquitetura
NOME DO AUTOR: Rosío Fernandez Baca Salcedo, Samir Hernandes Tenório Gomes, Paulo Roberto Masseran e Claudio Silveira Amaral
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2015
O ensino da Arquitetura e do Urbanismo desperta, no Brasil, questionamentos fundamentais para a compreensão do campo disciplinar, da atuação profissional e da conceituação do projeto, principalmente desde a criação das primeiras universidades, entre as décadas de 1920 e 1950. De certo modo, esse período formativo perpassa a transição entre os estilos ecléticos e os ideais modernistas. Notadamente, após a criação da Faculdade Nacional de Arquitetura, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1945, originada da antiga Escola de Belas Artes, na qual durante a década de 1920 o interregno das gestões de José Mariano Filho e Lúcio Costa, na direção da escola, suscitou debates acalorados sobre o ensino e a prática da arquitetura; polêmica antecedente à criação da Escola de Arquitetura de Belo Horizonte, em 1930, incorporada no início da década de 1940 à Universidade de Minas Gerais, mantida pelo Estado e federalizada em 1949 sob a denominação de Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e a desvinculação do curso de engenheiro-arquiteto para a constituição da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1948, os rumos do ensino da Arquitetura e do Urbanismo enquanto campos disciplinares autônomos das engenharias e intrínsecos entre si e fundados sobre a prática do projeto se desenrolaram sempre pautados por debates e revisões periódicas, em que se postulavam os conceitos e definições dos próprios campos do saber – ação projetual e produção do conhecimento. Deste espectro se originaram as experimentações mais radicais de novos cursos de Arquitetura e Urbanismo, das décadas de 1960 e 1970, e a formação da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), em 1973 e nas décadas de 1980 e 1990 corroborou a criação de inúmeros novos cursos pelo país. Tal é o momento em que foi criado o curso de Arquitetura e Urbanismo da Fundação Educacional de Bauru, 1984, encampado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 1988, vinculado à Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC).
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