O partido é o prenuncio da forma, apresentado de maneira gráfica… ou seja, um desenho.
O partido é um croqui ou diagrama onde as ideias e conceitos se transformam em um conjunto comunicável de indicações que norteiam o projeto. Ou seja, uma imagem que você apresenta e o outro entende.
O partido é a representação gráfica de um processo intelectual, onde ideias são plasmadas em um conjunto coerente e unitário.
O partido deve ser pensado como a antecipação figurativa inicial do projeto.
Mas para chegar nesta antecipação figurativa precisamos de todo o conhecimento que adquirimos previamente. Assim, não haverá partido sem fundamento.
Mas não pense que o partido aparece como passe de mágica. Mesmo com todo o conhecimento na cabeça, chegar nele será um processo de desenho/design, com erros e acertos. Com avanços e retrocessos. Na maioria das vezes, mais retrocessos do que avanços…
Tá, mas de onde eu tiro o meu partido?
Excelente pergunta para uma questão complexa.
O partido não nasce de uma inspiração momentânea, abstrata e desligada da realidade. Pelo contrário, este é reflexo do conhecimento e o entendimento do arquiteto sobre todas as variáveis envolvidas: tema, problema de pesquisa, programa, lugar, contexto (clima, pessoas, cultura, história, etc.), material, recursos e normativas.
Também não vale de nada você “desenhar” o seu partido depois de ter o projeto pronto.
O partido deve vir, de maneira natural, através do conhecimento adquirido ao longo da sua pesquisa inicial e levantamento das variáveis.
Aí, com auxílio da imaginação (tipo Bob Esponja), o arquiteto será capaz de antecipar o resultado figurativo do projeto. A esta antecipação figurativa inicial chamamos de partido.
E não pense nele como único ou estático. O partido é o gesto inicial, mas este vai se ajustando ao longo da pesquisa no projeto de arquitetura. Ele acompanha as decisões de projeto e os rumos que este toma ao longo do seu desenvolvimento.
Sacou?
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