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Fenomenologia arquitetônica uma abordagem filosófica

A abordagem fenomenológica para questões arquitetônicas

David Seamon é uma figura proeminente no campo da fenomenologia arquitetônica. A fenomenologia arquitetônica é uma abordagem filosófica que enfatiza a experiência da arquitetura por meio da percepção e consciência humanas. Busca compreender como as pessoas interagem e percebem o ambiente construído, considerando aspectos como qualidades espaciais, experiências sensoriais, emoções e contextos culturais. Contribuiu significativamente para o desenvolvimento e popularização da fenomenologia arquitetônica. Seu trabalho frequentemente explora as maneiras pelas quais as pessoas se envolvem com o ambiente construído a nível sensorial e emocional. Ele escreveu extensivamente sobre tópicos relacionados à psicologia ambiental e arquitetônica, à fixação de lugares e aos aspectos experienciais do design.

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A Lógica Social do Espaço - Bill Hillier e Julienne Hanson

O espaço é função de formas de solidariedade social

Fazer uma resenha do livro “The Social Logic of Space” não é para qualquer um, considerando a complexidade do seu conteúdo e dos aspectos que ele aborda. Então, com a permissão do professor Frederico de Holanda, vou deixar aqui um trecho do seu artigo “Rótulos, ah! Os rótulos…” de 2019 onde ele faz uma análise muito mais aprofundada e coerente sobre o conteúdo do livro: “Começar pelo começo: eis o axioma central da Teoria da Lógica Social do Espaço (ou Teoria da Sintaxe Espacial, sua outra denominação, doravante SE), exposta com maior completude por primeiro em The social logic of space (1984, doravante SLS) que Bill assina com Julienne Hanson: o espaço é função de formas de solidariedade social, e seu duplo corolário: 1) as sociedades humanas não existem no éter, são um fenômeno concreto composto por corpos que se movimentam no espaço e no tempo, cujos padrões reconhecíveis (concentrações, dispersões) são constituídos no chão – o melhor termo – por 2) um sistema de barreiras e permeabilidades ao movimento dos corpos e de opacidades e transparências à sua mútua visão que já nasce social, pois, conscientemente ou não, o sistema implica classificar, juntar, separar, enfim ordenar corpos socialmente determinados (Hillier & Hanson, 1989). A SE delimita um campo de investigação da arquitetura que diz respeito ao modo de esta constituir sistemas de convívio; não refere outras dimensões, como a ambiental, a simbólica ou a estética. Por outro lado, o livro SLS é exemplo primoroso das relações entre teoria e história, ao ilustrar quão impossível é fazer teoria sem história, ou história sem teoria (se queremos fazê-las a sério, pelo menos em nosso campo – na física teórica são outros quinhentos): uma teoria sem história resume-se a conjecturas porventura poéticas, contudo alheias à realidade dos fatos; uma história sem teoria pode ser uma escrita ficcional pitoresca, mas escorrega facilmente para um relato desinteressante de datas, pessoas, eventos, lugares. A SE evita ambas as armadilhas.” Eu por minha parte, vou contribuir deixando aqui a tradução que fiz do Prefacio e da Introdução do livro, disponível no seguinte link. TÍTULO DO LIVRO:  A Lógica Social do Espaço NOME DO AUTOR: Bill Hillier, Julienne Hanson EDITORA: Cambridge University Press ANO DE PUBLICAÇÃO: 2003 PREFÁCIO: Por mais que possamos preferir discutir arquitetura em termos de estilos visuais, seus efeitos práticos de maior alcance não estão no nível das aparências, mas no nível do espaço. Dando aparência e forma ao nosso mundo material, a arquitetura estrutura o sistema do espaço em que vivemos e nos movemos. Na medida em que o faz, há uma relação direta – e não apenas simbólica – com a vida social, uma vez que fornece as pré-condições materiais para os padrões de movimento, encontro e evasão que são a realização material – bem como, às vezes, o gerador – das relações sociais. Nesse sentido, a arquitetura permeia nossa experiência cotidiana muito mais do que uma preocupação com suas propriedades visuais sugeriria. Mas, por mais penetrante que seja a experiência cotidiana, a relação entre espaço e vida social é certamente pouco compreendida. De fato, por muito tempo, foi tanto um quebra-cabeça quanto uma fonte de controvérsia nas ciências sociais. Parece ingênuo acreditar que a organização espacial através da forma arquitetônica possa ter um efeito determinante sobre as relações sociais, assim como acreditar que tal relação está totalmente ausente. Revisões recentes de pesquisas sociológicas na área (Michelson, 1976 [1]) não resolvem realmente a questão. Algumas influências limitadas de tais fatores espaciais generalizados como densidade às relações sociais podem acontecer, sujeitas a uma forte interação com variáveis sociológicas como a família (p. 92), homogeneidade (p. 192) e estilo de vida (p. 94). Mas pouco é dito sobre as maneiras pelas quais as decisões arquitetônicas estratégicas sobre a forma construída e a organização espacial podem ter consequências sociais. O enigma é agravado pela crença generalizada de que muitos ambientes modernos são “socialmente ruins”. Novamente, há uma tendência para discuti-las em termos de variáveis físicas simples e gerais, tais como a altura do edifício. No entanto, a inferência de que fatores espaciais mais fundamentais estão envolvidos é fortemente apoiada pela falha de esquemas recentes de baixa densidade e alta densidade para fornecer uma alternativa convincente após o fracasso da construção de moradias. Habitações modernas, de alto e baixo crescimento, têm em comum a inovação, fundamentalmente, na organização espacial, e ambas produzem, ao que parece, ambientes sem vida e desertos. Ficou claro que a falta de compreensão precisa da natureza da relação entre organização espacial e vida social é o principal obstáculo para um melhor design. O lugar óbvio para buscar tal entendimento está nas disciplinas que estão preocupadas com o efeito da vida social na organização espacial – como a organização espacial é, em certo sentido, um produto da estrutura social. Esta tem sido uma preocupação central para geógrafos, mais recentemente antropólogos (Lévi-Strauss, 1963; Bourdieu, 1973, 1977), sociólogos teóricos (Giddens, 1981) e arqueólogos (Ucko et al., 1972; Clarke, 1977; Renfrew, 1977; Hodder, 1978) tornaram-se conscientes da dimensão espacial em seu assunto, e sua importância para questões de morfologia social e estrutura. [2] Isso criou os primeiros estágios de uma nova literatura interdisciplinar sobre o estudo do espaço e da sociedade. O primeiro resultado dessa atenção, no entanto, tem sido mostrar quão pouco existe de efetiva teoria e metodologia na compreensão da relação sociedade-espaço, apesar de duas décadas ou mais da “revolução quantitativa”. Mas enquanto as disciplinas acadêmicas podem simplesmente lamentar a falta de teoria, para os arquitetos e planejadores o problema é mais premente, já que, do jeito como as coisas estão, não há possibilidade de que a teoria científica da relação entre sociedade e espaço ajude a entender o que deu errado com o desenho contemporâneo ou possa sugerir novas abordagens. ONDE ACHAR: Amazon

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Projeto arquitetônico: entre ideias e fazeres

Projeto arquitetônico: entre ideias e fazeres

Esta tese questiona o como compreendemos e discorremos acerca da criação em arquitetura e a compreensão do projeto como desenvolvimento. As principais conclusões às que chega o autor se baseiam nas críticas aos procedimentos prefigurativos da ideia e do método como ferramentas de projeto. Propondo o tema da criação arquitetônica a partir de que toda percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável, o trabalho se interessou pela compreensão do projeto como devir, como um “ser-em-movimento”. Segundo o autor, o trabalho procurou se legitimar por argumentação mais que por adequação onde as conclusões obtidas se referem acerca de possibilidades de existência. Para o autor o trabalho apresenta a possibilidade de que a elaboração de projetos seja compreendida como vinculada às seguintes noções articuladoras: o projeto como algo mais do que representação de uma coisa outra; o projeto como local de confluência de vetores diversos, não preestabelecidos, por vezes não precisos e ainda cambiantes; o arquiteto como local de confluência de vetores diversos, em substituição ao conceito humanista que supõe o homem como autônomo, autêntico e uno; o projeto como invenção e pesquisa; o projeto como percurso imprevisível e indeterminado; a construção do projeto como construção de conhecimento; o arquiteto como ordenador, mais do que como o agente determinador da forma; o projeto como resultante da vontade de processo mais do que dá vontade de forma; o projeto como equilíbrio entre movimentos de resistência, tentativa e cessão; a possibilidade de realinhamento de fala e prática do projeto; a área de atuação autônoma da teoria do projeto, desvinculada da teoria da arquitetura.

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Sobre o ensino do Projeto e o TFG de Arquitetura

Sobre o ensino do Projeto e o TFG de Arquitetura

No seu artigo “O ensino do projeto de arquitetura e urbanismo no final do curso: uma reflexão propositiva para os trabalhos finais de graduação” (2016), o professor Sergio Moacir Marques nos traz uma visão pessoal e alguns questionamentos, muito pertinentes desde o meu ponto de vista, sobre o ensino de projeto e as suas implicações no desenvolvimento e apresentação dos Trabalhos Finais de Graduação dos cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil.

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Um Manifesto sobre o ensino da Arquitetura

Um Manifesto sobre o ensino da Arquitetura

Este artigo de Paulo Afonso Rheingantz, publicado em 2005, 18 anos atrás, continua relevante nos dias de hoje, principalmente quando apreciamos que a formação do arquiteto se mantem em crise pela falta de pesquisas relevantes sobre o ensino do projeto de arquitetura assim como pelo despreparo pedagógico dos professores que ministram as aulas de atelier. A abordagem do artigo passa pela definição do projeto de arquitetura, o seu ensino, fundamentados em Vygotsky para nos levar aos resultados obtidos no atelier de projeto, estruturado com base no método dialético. A nova proposta apresentada, nas palavras de Rheingantz, evidenciam o potencial da proposta da disciplina estruturada neste método, que apresentou conclusões como melhoria na dinâmica de aprendizado, autonomia dos alunos na conquista e construção do conhecimento, maior nível de complexidade na formulação das intenções e das posteriores tomadas de decisão durante o processo projetual, permitindo e estimulando a troca de experiências entre eles, conseguindo a formulação de propostas coerentes, criativas, inovadoras, portadoras de sentido e autônomas. No fim, um artigo motivador e animador sobre os desafios e possibilidades do ensino baseado em estratégias pedagógicas.

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Métodos de Pesquisa e Métodos de Projeto

Métodos de Pesquisa e Métodos de Projeto

Neste artigo, de Doris Kowaltowski e Daniel Moreira, é apresentado um levantamento sobre questões relativas ao processo de projeto em arquitetura, que ainda estão sem respostas e que são de relevância para o ensino do projeto. Quais são os Métodos de Pesquisa empregados nos estudos sobre o processo de projeto? Qual é a situação atual dos estudos sobre os Métodos de Projeto? São estas as questões que traz este artigo e que tenta nos dar uma ideia da situação atual das pesquisas e as experiencias realizadas na área e que são relevantes para construção do conhecimento em projeto. Ao mesmo tempo, são de grande utilidade para qualquer pesquisador, pois permite definir quais rumos ele pode seguir na sua pesquisa específica em arquitetura.

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Uma reflexão sobre a pedagogia do projeto de arquitetura

Uma reflexão sobre a pedagogia do projeto de arquitetura

Este livro, desde o ponto de vista do ensino e aprendizado da arquitetura, se apresenta, segundo os seus autores, como um ponto de partida para a constituição dos diversos e múltiplos conhecimentos, capacitações e visões requeridos para a geração das formas de edifícios e espaços urbanos.  É recorrente no livro a discussão sobre a dificuldade de ensinar projeto e a falta de exercícios práticos procurando desvelar novas formas de ensino. Por isso o livro traz uma série de ilustrações apresentando os processos e as proposta do ensino e descrevendo as estratégias didático-metodológicas empregadas. Segundo os autores, os textos relativos a aulas ministradas pretendem sinalizar a importância da busca de repertório nas diversas áreas do conhecimento, dada a complexidade do ato de projetar: da arquitetura à dinâmica urbana, da história à paisagem, dos sinais gráficos ao objeto, da estrutura à forma, do patrimônio construído ao ambiental.  Este livro se apresenta como uma significativa contribuição às discussões sobre a educação nas áreas de arquitetura e urbanismo e ressaltando a importância do ensino como atividade coletiva, envolvendo docentes, monitores e alunos. Assim, além dos textos dos organizadores, temos textos dos professores Feres Lourenço Khoury, Fábio Mariz Gonçalves, Euler Sandeville Jr., Myrna de Arruda Nascimento, Maria Assunção Ribeiro Franco, Rosana Helena Miranda e Anália M. M. C. Amorim. 

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Ensaio sobre o Ensino e outros aspectos da Arquitetura

Ensaio sobre o Ensino e outros aspectos da Arquitetura

Este pequeno livro, nas suas 236 páginas, reúne textos da autoria de cinco professores do Núcleo de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (NPGAU) da Universidade Federal de Minas Gerais, e nos apresenta a visões de cada um deles sobre a arquitetura, trazendo pensamentos que, entre aproximações e divergências, apontam para uma situação comum: a crise atual da arquitetura, esta última meio perdida, desumanizada, dissolvida, elitista e ausente de crítica. No nosso caso, o interesse radica no texto de Malard, que aborda questões conceituais que permeiam o ensino, a pesquisa e a prática da Arquitetura. No seu texto Malard divaga sobre as dificuldades existentes na demarcação dos territórios da Arquitetura e do Urbanismo, principalmente na pesquisa e no ensino. No caso do ensino de projeto propõe outros valores para a formação dos arquitetos, distintos do reprodutivismo e voltados para o desenvolvimento de um pensamento crítico e prospectivo dos alunos e professores. Um texto interessante para o qual gostaríamos de uma continuação. TÍTULO DO LIVRO: Cinco Textos Sobre ArquiteturaNOME DO AUTOR: Maria Lucia MalardEDITORA: UFMGANO DE PUBLICAÇÃO: 2008 INTRODUÇÃO: A Arquitetura configura o espaço da existência humana, envolvendo todas as coisas com as quais lidamos no cotidiano. Por isso, a Arquitetura abraça as demais manifestações de cultura e não se subordina a nenhum campo disciplinar, nem a métodos advindos de outros saberes. Ao contrário, ela se efetua na interdisciplinaridade e na pluralidade de abordagens metodológicas, tecnológicas, analíticas e críticas. É, portanto, um campo de aplicação de conhecimentos que, ao se associarem, acabam por constituir um corpus específico, o qual pode ser objeto de investigação e conhecimento.Conhecer a Arquitetura significa, pois, explorar diversos âmbitos do saber, tais como a História, a Filosofia, a Arte, a Tecnologia, a Psicologia e outros mais. Como campo de aplicação, a Arquitetura sempre terá uma interface tecnológica que a edifica e a torna habitável. Essa interface é a mais estudada e, conseqüentemente, é sobre ela que versa a fatia maior do conhecimento arquitetônico disponível. Como mediadora dos eventos humanos, a Arquitetura terá, certamente, uma carga simbólica a ser revelada e mecanismos operacionais a serem compreendidos. Como objeto de cultura ela fala à sensibilidade, precisando ser, assim, analisada criticamente.Os cinco textos que são apresentados neste livro, todos da autoria de professores do Núcleo de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (NPGAU) da Universidade Federal de Minas Gerais, abordam diferentes perspectivas teóricas, analíticas e críticas que podem contribuir para o desenvolvimento do saber arquitetônico, em algumas de suas interfaces. ONDE ACHAR: Amazon – Estante Virtual

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